sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sao Paulo. O tempo Certo

                                    
Uma cidade na medida
certa para o evento
     Sгo Paulo dos anos 20 era a cidade que melhor apresentava condiзхes para a realizaзгo de tal evento. Tratava-se de uma prуspera cidade, que recebia grande nъmero de imigrantes europeus e modernizava-se rapidamente, com a implantaзгo de indъstrias e reurbanizaзгo.
     Era, enfim, uma cidade favorбvel a ser transformada num centro cultural da йpoca, abrigando vбrios jovens artistas.
     Ao contrбrio, o Rio de Janeiro, outro polo artнstico, se achava impregnado pelas idйias da Escola Nacional de Belas-Artes, que, por muitos anos ainda, defenderia, com unhas e dentes, o academicismo.
     Claro que existiam no Rio artistas dispostos a renovar, mas o ambiente nгo lhes era propнcio, sendo-lhes mais fбcil aderir a um movimento que partisse da capital paulista.

Os primуrdios da arte
moderna no Brasil
     Em 1913, estivera no Brasil, vindo da Alemanha, o pintor Lasar Segall. Realizou uma exposiзгo em Sгo Paulo e outra em Campinas, ambas recebidas com uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta а Alemanha, sу retornando ao Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor.
     A exposiзгo de Anita Malfatti em 1917, recйm chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro   marco para o Modernismo brasileiro.
     Todavia, as obras da pintora, entгo afinadas com as tendкncias vanguardistas do exterior, chocaram grande parte do pъblico, causando violentas reaзхes da crнtica conservadora.
     A exposiзгo, entretanto, marcou o inнcio de uma luta, reunindo ao redor dela jovens despertos para uma necessidade de renovaзгo da arte brasileira.
     Alйm disso, traзos dos ideais que a Semana propunha jб podiam ser notados em trabalhos de artistas que dela participaram (alйm de outros que foram excluнdos do evento).
     Desde a exposiзгo de Malfatti, havia dado tempo para que os artistas de pensamentos semelhantes se agrupassem.

     Em 1920, por exemplo, Oswald de Andrade jб falava de amplas manifestaзхes de ruptura, com debates abertos.

Fotos Vanguardas Brasileiras


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Fotos Lembranças


PriPrimeira foto:
Da esquerda para a direita: Brecheret, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Helios Seelinger


 me

Segunda foto:
Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.
Por ocasiгo da «Semana», Tarsila se achava em Parнs e, por esse motivo, nгo participou do evento

Revolução em Machas



Revoluзгo em marcha
     Entretanto, parece ter cabido a Di Cavalcanti a sugestгo de "uma semana de escвndalos literбrios e artнsticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha paulistana."
     Artistas e intelectuais de Sгo Paulo, com Di Cavalcanti, e do Rio de Janeiro, tendo Graзa Aranha а frente, organizavam a Semana, prevista para se realizar em fevereiro de 1922.
     Uma exposiзгo de artes plбsticas - organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais, com a colaboraзгo de Ronald de Carvalho, no Rio - acompanharia as demais atividades previstas.
     Graзa Aranha, sob aplausos e vaias abriu o evento, com sua conferкncia inaugural "A Emoзгo Estйtica na Arte Moderna".
     Anunciava "coleзхes de disparates" como "aquele Gкnio supliciado, aquele homem amarelo, aquele carnaval alucinante, aquela paisagem invertida" (temas da exposiзгo plбstica da semana), alйm de "uma poesia liberta, uma mъsica extravagante, mas transcendente" que iriam "revoltar aqueles que reagem movidos pelas forзas do Passado."

Videos Semana da Arte Moderna


Semana da arte moderna


Trechos da epoca




Relatos




Arte Moderna



Os primуrdios da arte
moderna no Brasil
     Em 1913, estivera no Brasil, vindo da Alemanha, o pintor Lasar Segall. Realizou uma exposiзгo em Sгo Paulo e outra em Campinas, ambas recebidas com uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta а Alemanha, sу retornando ao Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor.
     A exposiзгo de Anita Malfatti em 1917, recйm chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro   marco para o Modernismo brasileiro.
     Todavia, as obras da pintora, entгo afinadas com as tendкncias vanguardistas do exterior, chocaram grande parte do pъblico, causando violentas reaзхes da crнtica conservadora.
     A exposiзгo, entretanto, marcou o inнcio de uma luta, reunindo ao redor dela jovens despertos para uma necessidade de renovaзгo da arte brasileira.
     Alйm disso, traзos dos ideais que a Semana propunha jб podiam ser notados em trabalhos de artistas que dela participaram (alйm de outros que foram excluнdos do evento).
     Desde a exposiзгo de Malfatti, havia dado tempo para que os artistas de pensamentos semelhantes se agrupassem.
     Em 1920, por exemplo, Oswald de Andrade jб falava de amplas manifestaзхes de ruptura, com debates abertos.

Semana da Arte Moderna

Sacudindo as estruturas
da arte tupiniquim
     A Semana de Arte Moderna de 22, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de Sгo Paulo, contou com a participaзгo de escritores, artistas plбsticos, arquitetos e mъsicos.
     Seu objetivo era renovar o ambiente artнstico e cultural da cidade com "a perfeita demonstraзгo do que hб em nosso meio em escultura, arquitetura, mъsica e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922.
     A produзгo de uma arte brasileira, afinada com as tendкncias vanguardistas da Europa, sem contudo perder o carбter nacional, era uma das grandes aspiraзхes que a Semana tinha em divulgar.
Independкncia e sorte
     Esse era o ano em que o paнs comemorava o primeiro centenбrio da Independкncia e os jovens modernistas pretendiam redescobrir o Brasil, libertando-o das amarras que o prendiam aos padrхes estrangeiros.
     Seria, entгo, um movimento pela independкncia artнstica do Brasil.
     Os jovens modernistas da Semana negavam, antes de mais nada, o academicismo nas artes. A essa altura, estavam jб influenciados esteticamente por tendкncias e movimentos como o Cubismo, o Expressionismo e diversas ramificaзхes pуs-impressionistas.
     Atй aн, nenhuma novidade nem renovaзгo. Mas, partindo desse ponto, pretendiam utilizar tais modelos europeus, de forma consciente, para uma renovaзгo da arte nacional, preocupados em realizar uma arte nitidamente brasileira, sem complexos de inferioridade em relaзгo а arte produzida na Europa.
Um grupo importante
de renovadores
     De acordo com o catбlogo da mostra, participavam da Semana os seguintes artistas: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Zina Aita, Vicente do Rego Monteiro, Ferrignac (Inбcio da Costa Ferreira), Yan de Almeida Prado, John Graz, Alberto Martins Ribeiro e Oswaldo Goeldi, com pinturas e desenhos;
     Marcavam presenзa, ainda, Victor Brecheret, Hildegardo Leгo Velloso e Wilhelm Haarberg, com esculturas; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, com projetos de arquitetura.
     Alйm disso, havia escritores como Mбrio de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sйrgio Milliet, Plнnio Salgado, Ronald de Carvalho, Бlvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida.
      Na mъsica, estiveram presentes nomes consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernвni Braga e Frutuoso Viana.




Vanguarda

Vanguarda
(deriva do francês avant-garde) em sentido literal faz referência ao batalhão militar que precede as tropas em ataque durante uma batalha. Daí deduz-se que vanguarda é aquilo que "está à frente". Desta forma, todo aquele que está à frente de algo e portanto aquele que está à frente do seu tempo em uma atitude poderia se intitular como pertencente a uma vanguarda.
Muitos outros artistas e movimentos artísticos, posteriores, por sua atitude semelhante a das vanguardas europeias canônicas, poderiam ser referidos pelo termo vanguarda, sendo usual, porém, utilizarmos o termo somente para os artistas participantes daquelas, especialmente para fins didáticos. Octavio Paz utiliza o termo para definir toda estética considerada "fundadora", que representa uma ruptura nos padrões artísticos de sua época.

Desta dedução surge a definição adotada por uma série de movimentos artísticos e políticos do fim do século XIX e início do século XX. Os movimentos europeus de vanguarda eram aqueles que, segundo seus próprios autores, guiavam a cultura de seus tempos, estando de certa forma à frente deles. Muitos destes movimentos acabaram por assumir um comportamento próximo ao dos partidos políticos: possuíam militantes, lançavam manifestos e acreditavam que a verdade encontrava-se com eles.
O Modernismo brasileiro iniciou-se oficialmente em 1922, com a realização da Semana de Arte Moderna. Porém, desde a década de 1910 já vinham ocorrendo manifestações artísticas de um grupo que formava a vanguarda modernista brasileira, entre eles os escritores Mário de Andrade,Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Manuel Bandeira, Juó Bananére(pseudônimo de Alexandre Marcondes Machado) e dos pintores Anita Malfatti e Di cavalcanti
Entre os fatos que precederam a Semana de Arte Moderna destacam-se a criação da revista de artes O Pirralho, dirigida por Oswald de Andrade e Emílio de Menezes, e 191; a exposição de obras do pintor russo Lasar Segall, em 1913; a participação do poeta brasileiro Ronald de Carvalho, em 1915, na fundação de arvista Orphel, que deu início ao Modernismo e Portugal; a publicação, em 1917, de várias obras de poesia, entre elas Há uma gota de sangue em cada poema, de Mário deAndradre (que usou o nome Mário Sobral), e A cinza das horas, de Manuel bandeira